domingo, 18 de maio de 2014

                            carnaval da mobilidade 

Olha o carnaval aí! Epa, acabou!
Dizem que o ano só começa após o carnaval, então agora é a hora. Hora de fazer do Brasil o país da copa, país do futebol, país do crescimento, país dos novos empreendimentos, dos grandes estádios, país do turismo, país da simpatia… Nossa, quantos títulos!
Muito reclamam, mas tenho certeza que todos torcem para o Brasil. E não estou falando de futebol, estou falando de país mesmo. O potencial de crescimento está aqui e sempre esteve. Cabe a nós. A eles.
Os nomes dos blocos de carnaval desse ano poderiam dar um recado para os próximos 9 meses de 2014:
Olha só, CONCENTRA MAS NÃO CAI, que não tenha PERNA DE COBRA nenhuma para estragar os planos bons e que os meios de comunicação nos informem para que gritemos IMPRENSA QUE EU GAMO. Dizem que SIMPATIA É QUASE AMOR, mas que todos saibamos distinguir o que realmente importa para continuar CHORANDO CURTO E RINDO COMPRIDO.
Como principio, algumas cidades deveriam se espelhar em Amsterdam. 

Amsterdam é sem dúvida uma cidade europeia muito charmosa e muito interessante para o tema do nosso blog. Uma cidade em que o hábito de andar de bicicleta é realmente levado para o lado pragmático da coisa, a cidade é super bike friendly, e as pessoas de fato a utilizam como meio de transporte.
Possuem um sistema de transporte público eficiente e diversificado, contam com trens, metrôs, ônibus, carros e até mesmo bondes, os chamados trams. São bondes que passam por diversas vias, inclusive em vias de pedestres e que são de extrema importância no deslocamento local. Parece-nos tão distante pensarmos em bondes mas em São Paulo, por exemplo, eles saíram das ruas há pouco mais de 30 anos, e até enquanto circulavam, cumpriam excelentemente a necessidade de locomoção dos paulistanos.
Faz parte também da malha de transportes de Amsterdam as conexões de balsas. Elas transportam pedestres e ciclistas e algumas outras transportam até mesmo carros como alternativa às pontes: existe até táxi aquático!
As bicicletas são um meio de transporte muito difundido não somente em Amsterdam, mas também em toda a Holanda! Os habitantes estão habituados com diversos tipos de bicicletas, sejam das convencionais ou até mesmo bicicletas dobráveis, próprias para carregar por aí… A verdade também é que várias condições super beneficiam o uso de bicicletas como o terreno plano, as distâncias curtas e a infraestrutura toda favorável às bikes.
Tudo isso sem falar nas incríveis casas barco! Muito charme nesse tipo de moradia, eu acho o máximo!
Amsterdam
Amsterdam é sem dúvida um lugar de muitas mobilidades e muitas peculiaridades, o que faz de lá um lugar único e incrível!
             experiência da cultura no brasil.

Cada cidade tem a sua própria cultura de transporte. Algo que é construído pelo tamanho da cidade, valores dos cidadãos, infraestrutura local, entre outras variáveis.
Por exemplo, uma conhecida minha de Brasília disse que lá as pessoas não tem costume de usar táxi. A cidade foi planejada para você ter seu próprio carro e viver bem com ele. Por conta disso, a cultura do carro próprio é extremamente difundida. Além do mais, as longas distâncias percorridas podem intimidar um pouco o uso do táxi por conta do preço das viagens.
Enquanto isso, conheço uma cidade pequena no litoral de São Paulo onde a principal forma de transporte é a bicicleta. Sendo pequena e plana, as pessoas não veem necessidade em ter que pegar um carro ou ônibus, por exemplo, para ir de um ponto ao outro. Se é longe para ir a pé, então que seja de bicicleta. Mesmo com infraestrutura precária para dar suporte aos ciclistas, o uso da chamada magrela já faz parte da cultura local.
No noticiário, por outro lado, já vi diversas reportagens sobre cidade nordestinas com muitas motocicletas. O baixo custo e a praticidade da moto, fazem com que ela seja escolhida ao invés do carro, em locais onde a pouca pavimentação dificulta o uso de bicicletas para distâncias maiores. Usar a moto nessas cidades, portanto, é simplesmente a forma natural de circular.
Saindo do Brasil, temos Manhattan, principal distrito nova-iorquino. Para muitos moradores, não tem sentido ter carro ou moto para andar pelo distrito. Fácil de andar a pé por todas regiões da ilha, se precisar ir mais longe, sempre há uma estação de metrô por perto para ajudar.
Em algumas cidades grandes brasileiras, existe um esforço para mudar a cultura de transporte. Porém, essa tarefa pode ser mais difícil do que parece. As pessoas estão acostumadas, elas se planejam pensando em se locomover da forma que estão habituadas.
Por exemplo, outro dia, um amigo meu disse que precisava ir a uma reunião depois do horário de almoço e já estava pensando que devia ir buscar o carro. Logo, eu o lembrei que ele podia ir de transporte público. Seria tão rápido quanto, ele gastaria menos e teria menos trabalho.
A primeira reação dele foi negativa. Não tinha porque ele ir de transporte público se ele podia ir de carro.
Passando o tempo, ele foi reconsiderando, pensando que, de fato, seria mais proveitoso se ele fosse de transporte público. Antes de sair, ele me agradeceu pelo conselho e, na volta, comentou de como foi pensando nos diversos trajetos que ele podia fazer de transporte público ou de bicicleta que ele não tinha reparado.
Meu amigo sabia das possibilidades que ele tinha, mas ele nem as considerava. O que impedia que ele fizesse a mudança era seu hábito, sua cultura, e também a cultura da cidade em que vivemos.
Por conta disso, termino meu texto incentivando-os a manterem sempre a cabeça aberta a novas possibilidades. Você não precisa mudar, mas não custa nada considerar tentar algo novo, mesmo que não seja da sua atual cultura.
                           A ponte da vida...


Uma ponte linda não só pela arquitetura mas pela sustentabilidade e decoração no ambiente da cidade. Cruzando o rio Tâmisa, a ponte não é para os carros, e sim para as pessoas! Vejam mais em nosso blog parceiro Greestyle.

Garden Bridge – um recanto verde cruzando o Tâmisa, em Londres

Londres planeja ganhar um espaço verde com a construção de uma nova ponte sobre o Tâmisa: a Garden Bridge.
O projeto é do designer britânico Thomas Heatherwick, autor da pira dos Jogos Olímpicos de 2012, mas a ideia da ponte verde londrina é da atriz britânica Joanna Lumley, que imaginou um jardim sobre o Tâmisa durante um passeio por uma de suas margens e conseguiu empolgar Heatherwick.


TAMISA

A ponte, com 367 metros de extensão, conta o CicloVivo, inclui duas ilhas de vegetação e deverá ser construída entre 2015 e 1017. A capital britânica tem hoje 34 pontes que cruzam o Tâmisa, a Garden Bridge uniria a estação de metrô de Temple, perto do popular bairro de Covent Garden, com o chamado South Bank, onde ficam, entre outros espaços, o Teatro Nacional Britânico e a estação de Waterloo.
“Será um pomar sensacional, em todos os sentidos. Um lugar sem ruídos, no qual só se ouvirá o som dos pássaros e das abelhas, do vento entre as árvores”.
TAMISA2




imagens ou tirinhas

isso não é justo!





Experiências de pessoas:

Sobre o assunto proposto, vamos colocar experiências de algumas pessoas:

- Crônica enviada ao Mobilidade Humana por autor anônimo.
“Antes de me mudar para São Bernardo do Campo, eu morava no Moinho Velho, região do Ipiranga da cidade de São Paulo. Boa parte da minha família morava lá, mas outros moravam em Santana, também em São Paulo.
Para quem não sabe, o Moinho velho fica na zona Sul de São Paulo, indo para a parte sudeste da cidade, a uns 10 quilômetros do centro. Enquanto isso, Santana fica na zona norte, ainda mais próximo do centro, a uns 5 quilômetros.
Ou seja, vai, entre um bairro e outro devem ter uns 15 quilômetros de distância de vias urbanas. Não é muito perto, mas dá para fazer uma visita aos parentes da família com facilidade, certo? Bom hoje em dia sim, mas na década de 60 nem tanto.
Eu me lembro que toda vez que nós íamos visitar minha tia, parecia ser uma viagem. Eu tinha uns 10 anos e, para mim, era como ir a outra cidade. Mas não era somente uma percepção de criança. Veja, quando íamos, eu, minhas duas irmãs, meu irmão e meus pais, nós sempre passávamos a noite lá!
Vou explicar melhor, não existia uma rápida visita durante a semana, por exemplo. Visitar meus parentes de Santana era sempre de final de semana, ou melhor, sempre de sábado, quando era possível sair ainda na luz do dia. Quando chegávamos lá, era sempre uma festa e sempre chegávamos cansados. Voltar à noite não era uma opção, por isso, dormíamos em Santana para voltar no domingo.
Não voltávamos à noite porque eram, claro, outros tempos. Atravessar a cidade era muito mais demorado. Era um tempo de mobilidade muito mais lenta e, quando à noite, muito mais perigosa.
Outro dia, contando ao meu filho, ele achou toda a história muito curiosa, o que me motivou escrever esse texto. Fiquei pensando como, em tão pouco tempo, parece que as distâncias diminuíram muito, aproximando pessoas, tudo com o avanço da mobilidade. Penso que hoje em dia tenho parentes no exterior que posso ir fazer uma visita de poucos dias. Ora, em 1966 isso séria completamente inconcebível.

Gosto de pensar em como vai ser o futuro. Será que em curtos 20 anos vamos nos sentir cada vez mais próximos uns dos outros? Imagino e espero que sim!”


Em nosso site parceiro, Via Trolebus, vimos um texto ótimo falando mais sobre a terra das bikes, na Holanda, onde elas são unanimidade! Leia o texto abaixo e conheça um pouco mais!

                       

“A bicicleta é tão parte da cultura holandesa que é difícil de explicar pra quem está de fora. É muito mais expressão cultural de holandesice do que qualquer moinho, tamanco ou tulipa.” esta frase extraída do blog Ducs Amsterdamresume bem o que é a bike para o Holandês.
Estima-se que cada habitante do país tenha pelo menos uma bicicleta, o equivalente a cerca de 16.5 milhões (número de habitantes) de bikes circulando pelas ruas. São ao todo 32 mil quilômetros de ciclovias equipadas com sinais de trânsito e indicações de como ir de uma cidade a outra pedalando. Em Amsterdã, segundo a prefeitura da cidade, 40% da população vai trabalhar diariamente de bicicleta, enquanto apenas 20% se dirige até o local de trabalho de carro. Na Holanda, as bicicletas também são peças importante para o turismo. Cerca de 100 rotas atravessam os lugares mais interessantes do país.


O uso de bicicletas tem sido incentivado no pais desde os anos 1970. Muitos motoristas também são ciclistas (o que significa que eles tratam os ciclistas como pessoas), e há leis rígidas estabelecendo que o automóvel é o responsável em acidentes entre um carro e uma bicicleta. Quando o governo começou a incentivar o seu uso nos anos 1970, criando muitas ciclovias e estabelecendo estacionamentos, regras e ruas específicas foram integradas à infraestrutura.
Muitas ruas têm ciclovias separadas, com semáforos e controles independentes. Túneis e pontes separam os ciclistas do tráfego em áreas muito congestionadas, para garantir a máxima segurança e rapidez (e mínima inalação dos gases de escapamento). As ciclovias e rotatórias incluem placas e, às vezes, informam rotas alternativas. Embora as ciclovias e rotas de bicicleta tenham o mesmo tipo de sinalização de trânsito que as ruas para automóveis, os ciclistas holandeses são muito agressivos e ignoram a sinalização com frequência. Isso pode ser motivado pelas leis que sempre culpam o automóvel – cercado por duas toneladas de metal, é difícil colocar a culpa do acidente em uma pessoa indefesa em uma bicicleta.
As regras de trânsito da Holanda são fáceis de aprender. Se você estiver disposto a se tornar um bom ciclista logo de cara, andar de bicicleta pelas cidades e interior é uma das melhores maneiras de conhecer essa terra e seus moradores. Devido ao terreno, até mesmo quem não está acostumado a andar de bicicleta pode ir a qualquer lugar sem problemas. Passeios de bicicleta são uma forma popular de ir ao interior sem se perder, ou de ver lindas cidades como Amsterdam, Utrecht, Haia e Rotterdam de uma forma emocionante. Bicicletas estão disponíveis para alugar em quase todos os centros urbanos.